terça-feira, 27 de julho de 2010

ESTAÇÕES DA VIDA.

   Existem vezes que acordamos felizes com um belo dia de sol, um céu azul, dia de verão. É tudo que aos nossos olhos só trás alegrias. Estamos contentes, porque tivemos uma noite feliz, completa, amada e cheia de sonhos. Mas não é bem assim!
   De repente surge um temporal, escurece, ocorre raios e trovões, aí, ficamos tristes, deprimidos desejando que o sol volte a brilhar. Você já viu, que nestes dias, somos até presenteados pôr um belo arco íris e até pôr uma noite calma de luar, que nos permite sonhar!
   Mas na vida as coisas são semelhantes.
  Na juventude; existe alegrias, descontração, beleza e luz, nesta fase as pessoas amam de forma cega e compulsiva, satisfazendo seus desejos cárneos, procurando parceiros para sentir o êxtase e a plenitude.
  Pôr isso realizam loucuras, aventuras, criam absurdas formas de dizer “Amor”, não conhecem o simples, não admiram a natureza, ignoram os sentimentos, apenas seguem os caminhos do desejo e da paixão.
   É comum jovens dizerem-se apaixonados e jurarem amor eterno. Porém, não conhecem o futuro, é, nesta hora em que se declaram inseparáveis, é que cometem os maiores erros. Esquecem de mostrar ao seu par, além do belo corpo, sua alma. Esta que já tem diversas existências, que esconde ciúmes, posses, ganância, ódio; escondem do outro seu intimo, seu verdadeiro Eu.
  E é aí que ocorrem os erros, ás vezes o outro percebe, porém está acostumado tão enfraquecido, que não tem forças para lutar ou até gritar. E chega a depressão, a melancolia, quer fugir, escapar das amarras e das algemas, que antes tinham o significado de alianças, na realidade é um duro fardo.
   Na juventude, como no dia de sol, temos energia de sonhar e imaginar que , erros são os outros que cometem, somos imunes, não perdemos e nem seremos infelizes, se isto acontecer, haverá como sair desta situação.
  Com o passar dos anos, surge o outono de nossas vidas, nos tornamos introspectivos, sérios homens e mulheres de família. Será que não existe mais a alegria e a felicidade da juventude do verão?
  É nesta fase do outono, que deixamos cair nossas folhas, deixamos de acreditar em formas passageiras de alegria, deixamos de viver os sonhos, não conseguimos nem ao menos voar, nem realizar ou sentir prazer.
  Amores, existe algum que ficou perdido no passado, algum que foi amor de verão. O amor que está invadindo sua alma, não é belo e nem tem formas esculturais, não é paixão avassaladora, é companhia para longas tardes, onde o vento bate frio e alma pede carinho e calor humano.
  É, nesta fase onde não há sonhos, não há magia. Há realidades, algumas alegres, porque não houve erros no passado, outras vezes há muitas saudades, pôr não terem vivido o verdadeiro amor.
  No passar dos tempos chega o inverno, como a neve, o frio invade a alma e os torna pacientes, sábios, assim como os corpos, paixões ficam adormecidas, o amor apenas queima, como a chama de uma fogueira no fim. Mas permanece aceso, até que o outro encontre sua primavera novamente.
  A primavera, as flores, o recomeço, o renascer dos corpos. Quando não precisamos mais do corpo envelhecido e não tão formoso, deixamos que a fogueira se apague e os olhos se fechem, para acordar renascidos.
  Na forma das flores, das luzes de das cores, onde há sonhos e fantasias, onde há magia , onde tudo que se toca se torna alegre e feliz.
  Primavera de almas, infância da vida, renascimento. Após longos dias de inverno, um aquecer de corações, um bater de asas, tudo novo e renovado, vão livres, soltos e felizes em busca do verão, do apogeu e do êxtase, do prazer e da alma gêmea. Que se for encontrada fará do outono um eterno verão e do inverno a mais alegre primavera.
  Porque é preciso amar de verdade; amar de alma; amar todos os dias; amar pela vida toda; amar pôr toda eternidade.
  Porque é preciso sonhar, realizar, acreditar; que existe alguém para nos transportar as mais loucas aventuras e vivificar os mais impossíveis desejos.
  Almas que se desejam, que se amam, que se procuram, quando se encontram, fazem da vida um eterno verão e da eternidade uma doce primavera.
   Silvana Guiraud.


Nenhum comentário:

Postar um comentário